A Méliuz, empresa conhecida por oferecer cashback e soluções financeiras digitais, surpreendeu o mercado ao anunciar a compra de US$ 28,4 milhões em bitcoin. A aquisição recente de 274,52 BTC, ao preço médio de US$ 103.604,07, soma-se à compra anterior de março de 2025, totalizando 320,25 BTC em sua reserva. Com essa movimentação, a Méliuz se junta ao seleto grupo de empresas que atuam como bitcoin treasury companies.
A decisão marca uma mudança significativa na estratégia da empresa, demonstrando uma aposta clara na valorização e consolidação do bitcoin como reserva de valor. O investimento em criptoativos por parte de companhias listadas na bolsa não é novo, mas ganha força com o posicionamento ousado da Méliuz.
O conceito de “bitcoin treasury company” se refere a empresas que alocam parte relevante de seu caixa em bitcoins, assim como já fizeram nomes como Tesla, MicroStrategy e Block. Essas empresas consideram o BTC uma alternativa à moeda fiduciária e à inflação global.
Segundo comunicado oficial da Méliuz, a compra faz parte de uma estratégia de diversificação dos ativos da companhia e de proteção contra a desvalorização cambial. A empresa declarou que os bitcoins estão armazenados em carteiras seguras com múltiplas camadas de autenticação.
Com a aquisição recente, a Méliuz detém mais de US$ 33 milhões em bitcoins ao câmbio atual. O movimento evidencia uma postura inovadora e arrojada frente às incertezas econômicas globais, além de reforçar a confiança da companhia no potencial do mercado cripto.
Analistas de mercado enxergam a aquisição como uma jogada estratégica, especialmente diante das oscilações no cenário macroeconômico. A valorização contínua do bitcoin desde o final de 2024 tem atraído o interesse de grandes corporações e fundos institucionais.
O gráfico a seguir mostra a evolução das aquisições da Méliuz:
Bitcoins adquiridos
Na primeira aquisição, em março de 2025, a empresa comprou cerca de 45,73 BTC. Já a segunda, mais significativa, ocorreu em maio, com 274,52 BTC adicionados à sua carteira. A estratégia claramente foi reforçada com a valorização do criptoativo.
Além disso, o preço médio da compra de maio foi bastante elevado, o que indica que a empresa acredita em um potencial de valorização ainda maior para o bitcoin.
Veja abaixo o gráfico com os preços médios pagos pela Méliuz:
A reação do mercado foi imediata. As ações da Méliuz (CASH3) registraram um salto de 7,4% no pregão seguinte ao anúncio. Investidores viram com bons olhos o movimento, considerando a crescente institucionalização do bitcoin no setor financeiro.
Corretoras e analistas destacaram que a iniciativa coloca a Méliuz em destaque entre as empresas de tecnologia e fintechs listadas na B3. A adoção de criptoativos como parte da estratégia corporativa tende a aumentar o interesse de investidores mais arrojados.
Além do impacto financeiro direto, a ação gerou forte repercussão nas redes sociais e em fóruns de criptomoedas. A comunidade cripto celebrou a entrada da Méliuz como um sinal de amadurecimento e aceitação institucional do bitcoin no Brasil.
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Especialistas em governança alertam, no entanto, que empresas que optam por essa estratégia devem manter alto nível de transparência. A volatilidade do bitcoin ainda é um fator de risco, especialmente para acionistas que esperam previsibilidade nos resultados.
A direção da Méliuz afirmou que os bitcoins adquiridos não serão utilizados como moeda de troca ou pagamento no curto prazo, mas sim como reserva patrimonial de longo prazo. A política da empresa inclui revisões periódicas da exposição ao criptoativo.
Com o novo posicionamento, espera-se que a empresa implemente políticas específicas de segurança digital, auditoria cripto e compliance para lidar com os desafios associados ao armazenamento e contabilização de criptoativos.
Economistas ressaltam que essa mudança estratégica pode impulsionar novas práticas contábeis no Brasil, com maior atenção à marcação de mercado dos criptoativos e à transparência nos relatórios financeiros trimestrais.
A Méliuz não é a única empresa brasileira a investir em cripto, mas é a que atualmente possui o maior volume reportado publicamente. Isso aumenta sua visibilidade e também a pressão para entregar resultados positivos com a estratégia.
O movimento também pode inspirar outras fintechs e empresas digitais a seguir o mesmo caminho, especialmente em um cenário de alta dos juros internacionais e da perda de valor das moedas fiduciárias.
O posicionamento reforça o compromisso da empresa com a inovação e a tecnologia, aproximando-a de um público jovem e digitalizado que já está habituado ao universo das criptomoedas.
Apesar do entusiasmo, parte dos investidores permanece cautelosa. O bitcoin ainda é considerado um ativo de risco elevado, e sua incorporação em larga escala por empresas requer um bom equilíbrio entre ousadia e responsabilidade corporativa.
A volatilidade do mercado cripto continua sendo um fator imprevisível. Mesmo assim, a empresa confia na tese de que o BTC poderá atingir novos patamares nos próximos anos, funcionando como uma proteção contra políticas monetárias expansionistas.
Analistas destacam que os impactos nas ações da Méliuz devem ser acompanhados a médio prazo. Se o bitcoin mantiver sua valorização, o valor de mercado da empresa pode se beneficiar com a reavaliação positiva de seu patrimônio.
A entrada da Méliuz no mundo cripto marca um novo capítulo em sua trajetória. A empresa, que nasceu como plataforma de cashback, agora se reposiciona como uma fintech moderna e visionária, sintonizada com as tendências globais.
O futuro mostrará se essa decisão estratégica será um divisor de águas para a empresa ou se exigirá ajustes em sua gestão de risco. Por ora, a resposta do mercado foi amplamente positiva.
Com base nas movimentações recentes, investidores e especialistas deverão acompanhar de perto o desempenho das ações da Méliuz, além de eventuais atualizações sobre sua política de aquisição e custódia de bitcoins.