Nos últimos anos, ataques de ransomware se tornaram uma grande ameaça para empresas e instituições ao redor do mundo. No entanto, um caso inusitado chamou a atenção da comunidade de segurança cibernética: um grupo de hackers exigiu um resgate de US$ 125 mil em baguetes após sequestrar os sistemas de uma rede de panificadoras na França.
O ataque ocorreu na última segunda-feira, quando a rede de panificadoras “Le Pain Royal” detectou uma anomalia em seu sistema de pedidos online. Segundo relatos de funcionários, os sistemas começaram a exibir uma mensagem alertando que todos os dados haviam sido criptografados e que só seriam liberados mediante o pagamento do resgate.
Diferente dos tradicionais pagamentos em criptomoedas, os cibercriminosos pediram algo inusitado: um equivalente a US$ 125 mil em baguetes, o pão tradicional francês. “Foi um choque para todos nós. Nunca vimos um pedido de resgate assim antes”, afirmou Pierre Moreau, chefe de TI da empresa atacada.
Especialistas acreditam que o ataque pode ter sido obra de hackers com um senso de humor peculiar ou com um objetivo ainda desconhecido. “Normalmente, os criminosos exigem pagamentos em Bitcoin ou Monero para dificultar o rastreamento. Esse pedido por baguetes levanta muitas questões”, declarou Anne Dubois, analista de cibersegurança.
O ransomware utilizado foi identificado como uma variação de um malware conhecido, mas modificado para exibir a mensagem específica exigindo pães como resgate. Segundo especialistas, o grupo responsável pode ter customizado o ataque para chamar atenção ou para atingir um alvo específico dentro da empresa.
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As autoridades francesas foram acionadas, e a agência nacional de segurança cibernética começou uma investigação para rastrear a origem do ataque. “Estamos analisando as conexões e possíveis rastros deixados pelos criminosos. O pedido incomum pode nos ajudar a identificar padrões e suspeitos”, informou um porta-voz da polícia.
Enquanto isso, a rede de panificadoras enfrenta dificuldades para retomar as operações. Todos os sistemas de pedidos, logística e faturamento foram comprometidos, forçando a empresa a adotar métodos manuais temporários. “Estamos fazendo tudo à moda antiga. Anotamos os pedidos em papel e organizamos as entregas de forma manual”, explicou Sophie Bernard, gerente de uma das unidades.
A reação do público ao ataque foi mista. Muitos clientes da “Le Pain Royal” expressaram solidariedade à empresa, enquanto outros acharam o incidente cômico. “É inacreditável que alguém tenha pedido um resgate em pães. Parece uma piada, mas é algo sério”, comentou um cliente.
O impacto financeiro do ataque ainda está sendo calculado, mas especialistas alertam que o prejuízo pode ser significativo. “Mesmo que o sistema seja restaurado sem pagar o resgate, a interrupção das operações já gera uma perda financeira considerável”, disse Dubois.
A empresa está trabalhando com especialistas em segurança para tentar recuperar os dados sem ceder às exigências dos hackers. “Estamos explorando todas as alternativas antes de tomar qualquer decisão sobre o pagamento do resgate”, disse Moreau.
Além da recuperação dos sistemas, a “Le Pain Royal” pretende reforçar sua segurança digital para evitar novos ataques. “Estamos investindo em firewalls mais robustos, backups externos e treinamentos para nossos funcionários”, acrescentou o chefe de TI.
O incidente também chamou a atenção de outras empresas do setor de panificação e alimentos. “Esse ataque mostra que ninguém está seguro. Mesmo empresas que não lidam com dados financeiros valiosos podem ser alvos”, alertou Dubois.
O caso levanta questionamentos sobre o futuro dos ataques de ransomware e como os criminosos podem continuar inovando nas exigências de resgate. “Se pães podem ser um meio de pagamento, o que mais pode ser pedido no futuro?”, questionou um analista anônimo.
As autoridades recomendam que empresas invistam cada vez mais em segurança digital e realizem backups constantes para evitar serem reféns desse tipo de ataque. “A melhor defesa contra ransomware é a prevenção”, afirmou um representante da polícia cibernética francesa.
A “Le Pain Royal” ainda não decidiu se atenderá ao pedido dos hackers ou se conseguirá restaurar seus sistemas sem pagar o resgate. “Nosso objetivo é continuar servindo nossos clientes, com ou sem ransomware”, declarou Bernard.
Enquanto a investigação prossegue, especialistas do setor aguardam ansiosos por novos desdobramentos e esperam que esse ataque sirva de alerta para empresas de todos os setores.
Resta agora saber se os cibercriminosos realmente esperam receber as baguetes ou se têm um plano maior por trás dessa exigência inusitada.