Mais uma vez, quem ri enquanto outros choram? Sim, ele mesmo: Warren Buffett, o lendário megainvestidor de 93 anos, ficou US$ 11,5 bilhões mais rico em meio ao caos financeiro gerado pela política econômica de Donald Trump em 2025.
Enquanto investidores do mundo inteiro perdiam trilhões de dólares com a liquidação global das bolsas, Buffett viu sua fortuna pessoal subir para impressionantes US$ 153,5 bilhões, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg.
O aumento na riqueza de Buffett se destaca ainda mais considerando que, desde abril, ele já perdeu US$ 14,5 bilhões, reflexo direto da instabilidade provocada pelas tarifas de Trump e o protecionismo agressivo dos EUA.
Mesmo assim, o saldo do ano é extremamente positivo para o “Oráculo de Omaha”. Ele foi um dos poucos bilionários que enriqueceram em 2025, ano marcado por perdas generalizadas nos mercados.
A política econômica de Trump gerou tensões comerciais com a China, Europa e países emergentes. Isso derrubou bolsas de valores, pressionou o dólar e causou fuga de capitais.
Com isso, grandes ações tecnológicas e empresas expostas ao comércio internacional despencaram. Apple, Tesla, Meta e Nvidia sofreram quedas históricas.
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Mas a Berkshire Hathaway, holding de Buffett, seguiu outro caminho. A empresa apostou em setores mais resistentes à guerra comercial, como energia, seguros e consumo básico.
Esses setores, menos expostos às tarifas internacionais, garantiram uma blindagem parcial contra o cenário global adverso.
Além disso, Buffett aproveitou a volatilidade do mercado para comprar ações em queda, fortalecendo seu portfólio com descontos agressivos.
Isso inclui aquisições de participações em empresas de energia americana, bancos regionais e fabricantes industriais locais.
A filosofia de investimentos de Buffett sempre se baseou na ideia de comprar no medo e vender na euforia – e mais uma vez, deu certo.
Enquanto o mercado entrava em pânico, ele mantinha a calma e aproveitava o momento para investir com inteligência.
Esse comportamento lhe rendeu reconhecimento global, mas também reforçou sua reputação como um dos maiores investidores de todos os tempos.
Buffett, mesmo aos 93 anos, ainda participa ativamente das decisões da Berkshire e surpreende pelo raciocínio lógico afiado e visão de longo prazo.
Ele se mantém alheio às manias temporárias e aos exageros do mercado, focando apenas no valor real dos ativos.
Com a guerra comercial instalada por Trump, muitos investidores preferiram liquidez. Buffett foi na contramão, absorvendo ativos descontados.
Os ganhos da Berkshire em setores defensivos foram acompanhados de uma melhora operacional em empresas como a BNSF Railway e a Geico.
Isso ajudou a manter a empresa sólida mesmo em meio à crise, com geração de caixa e lucro constante.
Enquanto muitos bilionários perderam fortunas com o efeito dominó nas bolsas, Buffett adicionou dois dígitos bilionários ao seu patrimônio.
Isso o aproximou do seleto grupo dos quatro homens mais ricos do mundo, que inclui Elon Musk, Bernard Arnault e Jeff Bezos.
Mas ao contrário de Musk e Bezos, altamente dependentes do valor de mercado de ações voláteis, Buffett tem uma posição mais estável.
Sua riqueza está atrelada a negócios reais, como ferrovias, empresas de energia, varejo e seguros, com lucro previsível.
Além disso, o megainvestidor também lucrou com recompras de ações da própria Berkshire, o que valorizou sua participação no grupo.
Em 2025, a Berkshire aumentou a recompra de ações próprias, apostando que o mercado estava subavaliando a companhia.
Isso impulsionou ainda mais a fortuna de Buffett, já que ele é o principal acionista da empresa.
Outro fator relevante foi a valorização do setor de seguros, especialmente diante dos aumentos nos prêmios e baixa sinistralidade.
Enquanto a bolsa americana mergulhava no vermelho, o portfólio da Berkshire sustentava crescimento e solidez.
Isso atraiu novos investidores para os papéis da empresa, mesmo em um ano caótico para os mercados globais.
A estratégia de Buffett mostra como a paciência e o foco no longo prazo ainda funcionam, mesmo em tempos de incerteza política e econômica.
A política de tarifas de Trump, voltada para proteger a indústria americana, acabou gerando mais desconfiança nos mercados do que prosperidade.
Mas para investidores como Buffett, crises são oportunidades de multiplicar o patrimônio com racionalidade.
Especialistas apontam que, se a guerra comercial continuar, Buffett pode seguir ganhando ainda mais ao comprar ativos subvalorizados.
Ele se tornou um símbolo de como resistir às pressões de curto prazo e manter uma visão estratégica mesmo em meio ao caos.
Enquanto a maioria dos bilionários viu suas fortunas derreterem, o “Oráculo” viu a sua crescer silenciosamente, reforçando seu legado.
Apesar da idade avançada, Buffett continua dando aulas de como construir riqueza com fundamentos sólidos e sem pânico.
Seus seguidores defendem que o sucesso de 2025 comprova a eficácia de sua abordagem de “value investing”.
E mesmo que o mercado continue volátil, é provável que Buffett siga lucrando enquanto outros recuam.
Afinal, como ele mesmo já disse: “Seja ganancioso quando os outros estão com medo e tenha medo quando os outros estão gananciosos.”
Essa filosofia, mais uma vez, se provou vencedora diante do caos.
A crise gerada por Trump mostrou como decisões políticas podem afetar a economia mundial rapidamente.
Mas também mostrou como investidores bem preparados podem tirar vantagem de momentos difíceis.
Warren Buffett segue sendo um farol em meio à tempestade, e 2025 foi mais uma prova disso.
No fim, enquanto muitos choram pelas perdas, ele continua rindo até o banco – ou melhor, até o próximo grande negócio.