Sistema da Valve supera o Windows em jogos e eficiência energética, vira tendência entre fabricantes e ameaça hegemonia da Microsoft nos dispositivos móveis para games
O mercado de PCs portáteis para jogos está em ascensão acelerada. Com cada vez mais jogadores buscando mobilidade sem abrir mão de potência, empresas como Valve, Microsoft e fabricantes como ASUS, GPD e AYANEO disputam um espaço estratégico. No centro dessa disputa está um novo protagonista: o SteamOS, sistema operacional baseado em Linux desenvolvido pela Valve.
Originalmente exclusivo do Steam Deck, o SteamOS começou a ser liberado oficialmente para outros dispositivos, abrindo um novo capítulo na concorrência com o Windows 11. E os primeiros testes revelam um cenário surpreendente: o SteamOS supera o Windows 11 em desempenho gráfico, consumo de energia e gerenciamento térmico.
SteamOS: mais leve, mais rápido e mais eficiente
O SteamOS é construído sobre uma base Linux altamente customizada, com foco total em jogos. Ele utiliza o KDE Plasma como ambiente gráfico, mas sua verdadeira força está na integração direta com o Steam, loja e plataforma da Valve. Isso reduz a sobrecarga do sistema, eliminando serviços desnecessários que no Windows consomem recursos mesmo quando o jogador está focado em um jogo.
Em testes realizados com títulos como Elden Ring, Cyberpunk 2077, The Witcher 3 e Hogwarts Legacy, o SteamOS teve vantagem média de 15% a 25% em FPS (quadros por segundo), com menores taxas de stuttering e carregamento.
Comparativo prático: desempenho e bateria
Os gráficos abaixo mostram um comparativo direto entre o SteamOS e o Windows 11 em dois pilares críticos para os jogadores em dispositivos portáteis: desempenho e autonomia de bateria.

Em desempenho, o SteamOS alcançou 90 pontos, enquanto o Windows 11 ficou com 70 pontos, refletindo o menor consumo de recursos de sistema. Na autonomia de bateria, o SteamOS também liderou: 85 pontos contra 60 do Windows, o que representa até 40% mais tempo de jogo longe da tomada.
Otimizações específicas para hardware gamer
A Valve tem investido pesado em adaptar o SteamOS a hardwares variados. O sistema tem drivers otimizados para GPUs da AMD e NVIDIA, suporte nativo a controles e mapeamento automático de botões, além de gerenciamento térmico avançado que reduz o risco de superaquecimento.
Já o Windows 11, mesmo com modo “Game Mode” ativado, ainda carrega o fardo de ser um sistema generalista. Muitos processos em segundo plano, como atualizações do Windows Update, serviços de sincronização e o consumo da interface gráfica moderna, afetam negativamente o desempenho em jogos.
Proton: a ponte entre jogos do Windows e o Linux
Um dos grandes trunfos do SteamOS é o Proton, uma camada de compatibilidade que permite rodar jogos do Windows no Linux com desempenho praticamente nativo. Ao longo dos últimos anos, o Proton evoluiu drasticamente. Hoje, mais de 80% dos jogos da Steam rodam perfeitamente no SteamOS, com suporte a multiplayer, mods e conquistas.
Jogos protegidos por DRM ou com anticheats ainda enfrentam algumas dificuldades, mas a Valve tem trabalhado junto a empresas como Easy Anti-Cheat e BattlEye para ampliar essa compatibilidade.
Adesão crescente entre fabricantes
Diante dos resultados positivos, marcas como AYANEO, OneXPlayer, GPD e até a ASUS (com o ROG Ally) estão testando ou liberando versões compatíveis com o SteamOS. A possibilidade de oferecer aos usuários uma experiência otimizada sem custo de licenciamento — ao contrário do Windows — também pesa na escolha.
Além disso, comunidades de desenvolvedores independentes já oferecem imagens otimizadas do SteamOS para instalação manual, aumentando sua popularidade entre entusiastas de tecnologia.
Vantagens práticas para o consumidor
- Maior desempenho nos jogos: mais FPS e menor latência.
- Melhor autonomia de bateria: sessões de jogo até 2 horas mais longas.
- Menor aquecimento: ideal para uso prolongado.
- Sistema focado exclusivamente em jogos: sem bloatware.
- Atualizações rápidas e diretas pela Valve: menor risco de bugs inesperados.
A resposta da Microsoft
Sentindo a pressão, a Microsoft já sinalizou que pretende lançar uma versão leve do Windows focada em dispositivos móveis gamer. Rumores falam em um “Windows 11 Gaming Edition”, com interface enxuta e consumo reduzido. Contudo, ainda não há data oficial de lançamento.
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Enquanto isso, a gigante de Redmond tenta melhorar o suporte ao modo jogo, habilitar desativação de processos não essenciais durante partidas e trabalhar com OEMs para pré-configurar dispositivos com performance aprimorada.
Comunidade Linux comemora avanço
Após anos sendo considerada uma plataforma pouco viável para jogos, a comunidade Linux agora vê o SteamOS como uma vitrine poderosa. A combinação de performance, estabilidade e compatibilidade coloca o sistema no radar de novos usuários.
Tutoriais, fóruns e canais no YouTube têm contribuído com instruções para instalação do SteamOS em dispositivos como o GPD Win, ROG Ally, Lenovo Legion Go, entre outros.
Perspectivas futuras
Se a tendência continuar, o SteamOS pode se tornar o “Android dos PCs portáteis gamer”, sendo o sistema-base para dispositivos de múltiplas marcas. Com atualizações constantes, suporte à nuvem e parcerias estratégicas com desenvolvedores, a Valve tem a chance de consolidar um ecossistema próprio.
Enquanto isso, o Windows 11 precisará passar por uma transformação profunda se quiser manter sua relevância nesse nicho.
O SteamOS é hoje a opção mais eficiente para quem busca jogar em dispositivos portáteis com desempenho elevado e maior autonomia. A Valve acertou ao criar um sistema enxuto, gamer-friendly e focado em eficiência.
Seja por meio do Steam Deck ou em novos dispositivos compatíveis, o SteamOS promete reescrever as regras do jogo. E, pela primeira vez em décadas, o Windows tem um concorrente real no mundo dos games para PC.