
Os gestores brasileiros estão aumentando sua exposição ao risco no mercado de ações, mas ainda com um nível considerável de preocupação. Segundo uma pesquisa do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), realizada durante o CEO Conference em São Paulo, a maioria dos gestores estima que o Ibovespa ficará entre 130 mil e 140 mil pontos no fim de 2025, enquanto o dólar deve se situar entre R$ 5,90 e R$ 6,10.
O levantamento revela que o sentimento do mercado está em transição, com 35% dos entrevistados ainda demonstrando uma visão “neutra” em relação à valorização das ações. No entanto, os gestores “otimistas” aumentaram de 29% para 31% entre janeiro e fevereiro de 2024, enquanto os “muito otimistas” passaram de 6% para 9%.
Valuation Atraente Impulsiona a Confiança
O principal fator que impulsiona o interesse dos gestores por ações é o valuation considerado baixo do Ibovespa. Cerca de 62% dos gestores avaliam o índice como “subvalorizado”, enquanto 22% o consideram “extremamente subvalorizado”. Isso está levando 45% dos gestores a aumentarem suas posições em ações, um crescimento em relação aos 34% registrados em janeiro.
Apesar do aumento do apetite por risco, as projeções para o Ibovespa continuam modestas. Aproximadamente 39% dos gestores esperam que o índice atinja entre 130 mil e 140 mil pontos no final de 2025, um crescimento em relação aos 34% que tinham essa expectativa no mês anterior.
Projeção do Câmbio e Impacto nos Investimentos
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O câmbio também está no radar dos gestores. Atualmente, 37% dos entrevistados projetam o dólar entre R$ 5,90 e R$ 6,10 no fim de 2025, um leve recuo em relação aos 40% que tinham essa perspectiva no mês anterior.
Com um real possivelmente mais desvalorizado, os gestores tendem a ajustar suas carteiras para mitigar riscos cambiais. Isso pode impulsionar investimentos em setores dolarizados, como exportadoras e commodities, que se beneficiam de um real mais fraco.
Setores com Maior Potencial
Diante desse cenário, os gestores estão priorizando setores que podem se beneficiar do atual contexto macroeconômico. Entre os segmentos favoritos estão:
- Commodities: empresas de petróleo, mineração e papel e celulose podem se beneficiar da taxa de câmbio elevada.
- Bancos: mesmo com juros mais baixos, as instituições financeiras seguem como opção atrativa devido à sua robustez e à distribuição de dividendos.
- Tecnologia e Varejo: com expectativas de corte de juros ao longo de 2024 e 2025, esses setores podem recuperar parte do terreno perdido nos últimos anos.
Expectativas Para o Ibovespa
Os gestores demonstram uma visão de longo prazo sobre o mercado de ações. Mesmo com a volatilidade esperada ao longo de 2024, a tendência é de recuperação e crescimento gradual do Ibovespa.
Com a maior participação de investidores estrangeiros e locais, alavancada por um câmbio favorável e um valuation atrativo, o mercado de ações brasileiro pode ter um desempenho positivo, mesmo diante das incertezas econômicas globais.
Considerações Finais
O levantamento do BTG Pactual mostra que o mercado acionário brasileiro está em um momento de transição. Embora o apetite ao risco esteja aumentando, ainda há cautela por parte dos gestores. As projeções indicam uma valorização moderada do Ibovespa e um dólar mais forte, o que impacta diretamente as estratégias de investimento.
A atenção dos investidores segue voltada para a política monetária brasileira e internacional, além dos desdobramentos econômicos ao longo do ano. Com um mercado ainda atrativo para investimentos, os gestores estão ajustando suas carteiras para capturar oportunidades sem perder de vista a gestão de riscos.
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