Bastidores revelam tentativa de aliança improvável em disputa de US$ 97,4 bilhões pela empresa de inteligência artificial
A corrida pela supremacia em inteligência artificial (IA) tem sido marcada por rivalidades, aquisições bilionárias e disputas entre gigantes da tecnologia. Contudo, poucos episódios causaram tanto espanto quanto a revelação de que Elon Musk tentou envolver Mark Zuckerberg em uma oferta avaliada em US$ 97,4 bilhões pela OpenAI. A informação não partiu de rumores, mas sim de documentos judiciais, revelados durante interrogatórios sob juramento.
Esse detalhe muda completamente o peso da notícia, pois indica que o bilionário da Tesla e SpaceX não apenas sonhou em adquirir a empresa que ajudou a fundar, como também buscou apoio em um de seus maiores rivais históricos. O caso escancara as contradições do Vale do Silício, onde antagonistas podem se aproximar em nome de interesses estratégicos.
O nascimento da OpenAI: 2015, a promessa de uma IA aberta
A história da OpenAI começou em 2015, com o objetivo declarado de desenvolver IA de maneira aberta e segura, para benefício de toda a humanidade. O projeto foi financiado por nomes de peso, entre eles Elon Musk, Sam Altman, Reid Hoffman e Peter Thiel.
Na época, a proposta era criar um centro de pesquisa capaz de rivalizar com o poder de gigantes como Google DeepMind, mas sem se submeter à lógica de lucros imediatos. Musk investiu pesado, convencido de que a inteligência artificial deveria ser desenvolvida sob uma filosofia de transparência e colaboração.
A ruptura de Musk com a OpenAI: 2018, o início da rivalidade
Poucos anos depois, em 2018, Musk deixou a OpenAI, alegando conflito de interesses, já que sua Tesla desenvolvia IA para veículos autônomos. Entretanto, fontes próximas afirmam que Musk também discordava da direção que a empresa começava a tomar.
Logo após sua saída, a OpenAI anunciou uma transição para o modelo de “lucro limitado”, o que permitiu atrair investimentos multibilionários, principalmente da Microsoft, que hoje detém participação estratégica e fornece infraestrutura em nuvem para os modelos da empresa.
Musk não poupou críticas: acusou a OpenAI de trair sua missão original e de se tornar uma corporation fechada, dominada por interesses financeiros. Essa narrativa se tornou um dos pilares de sua batalha judicial contra a empresa.
Linha do tempo da escalada (2015–2026)
- 2015: Fundação da OpenAI com Musk como investidor.
- 2018: Musk deixa a OpenAI, citando conflitos e divergências.
- 2019: OpenAI recebe primeiro grande aporte da Microsoft.
- 2022: ChatGPT é lançado, tornando-se fenômeno global.
- 2023: Musk cria a xAI, concorrente direta da OpenAI.
- 2024: xAI lança o Grok, modelo de linguagem integrado ao X (antigo Twitter).
- Fev/2025: Musk tenta estruturar uma oferta de US$ 97,4 bilhões pela OpenAI, buscando apoio de Zuckerberg.
- Ago/2025: documentos judiciais revelam que Musk admitiu, sob juramento, ter procurado Zuckerberg.
- Primavera de 2026: está marcado o julgamento da ação judicial Musk vs. OpenAI.
Essa linha do tempo mostra como a relação entre Musk e a OpenAI evoluiu de parceria para guerra judicial, culminando em uma tentativa ousada de reaquisição.
A oferta bilionária: a proposta de US$ 97,4 bilhões
Segundo documentos apresentados à Justiça, Musk teria orquestrado em fevereiro de 2025 uma tentativa de compra da OpenAI avaliada em US$ 97,4 bilhões. A proposta, descrita como “não solicitada”, foi recebida pela OpenAI, mas nunca avançou.
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O aspecto surpreendente é que Musk, para reforçar sua proposta, buscou apoio de Mark Zuckerberg e da Meta, uma empresa que compete diretamente com OpenAI em IA. O pedido envolvia possíveis arranjos financeiros, uma forma de dividir riscos e fortalecer a oferta.
Zuckerberg na equação: um aliado improvável
A relação entre Musk e Zuckerberg sempre foi marcada por tensões. Em 2016, quando um foguete da SpaceX explodiu, destruindo um satélite da Meta, Zuckerberg criticou publicamente Musk. Em 2023, ambos protagonizaram uma polêmica midiática ao cogitar uma “luta em jaula”, algo que nunca aconteceu, mas gerou milhões de comentários nas redes.
Portanto, a ideia de uma possível parceria entre os dois soa quase irônica. Para Musk, envolver Zuckerberg seria uma jogada estratégica, capaz de unir dois gigantes contra a OpenAI. Para Zuckerberg, poderia ser uma oportunidade de obter participação no ativo mais valioso do setor: os modelos avançados de IA da OpenAI.
A reação da Meta e sua posição judicial
A OpenAI solicitou que a Meta entregasse documentos sobre essas conversas. A Meta, no entanto, respondeu que os pedidos eram irrelevantes e que a OpenAI deveria buscar tais informações diretamente com Musk ou com a xAI.
Essa posição evita que Zuckerberg se envolva mais profundamente na batalha, preservando a imagem da Meta. Ainda assim, a revelação mostra que, pelo menos em algum momento, Musk considerou o rival como parceiro estratégico.
O peso dos interrogatórios sob juramento
A revelação de que Musk admitiu os contatos com Zuckerberg durante interrogatórios sob juramento é central para a narrativa. Diferente de declarações públicas, feitas em redes sociais, as falas em processos judiciais têm implicações legais severas.
Caso se comprove omissão ou manipulação, Musk poderia enfrentar punições legais. Para a OpenAI, isso reforça o argumento de que Musk está atuando de forma agressiva, buscando qualquer meio para retomar o controle da empresa.
A batalha judicial: Musk vs. OpenAI
Musk acusa a OpenAI de abandonar sua missão original e se transformar em uma corporação com fins lucrativos, subordinada a interesses de investidores como a Microsoft. Alega que a empresa traiu os princípios de IA aberta que motivaram sua fundação.
A OpenAI, por sua vez, rebate que Musk está movido por interesses concorrenciais, tentando enfraquecer a empresa para fortalecer sua xAI. O julgamento, marcado para 2026, promete ser um divisor de águas no setor.
Impactos em investidores e mercado financeiro
A tentativa de aquisição e a batalha judicial repercutiram fortemente nos mercados. Investidores avaliam que, caso Musk tivesse sucesso, a OpenAI poderia se tornar parte de um império tecnológico ainda maior, centralizando mais poder em suas mãos.
Especialistas apontam que esse movimento poderia afetar diretamente ações da Microsoft, valorização da Meta e até a bolsa de valores americana, dada a magnitude da operação.
Especialistas comentam: riscos e oportunidades
- Analistas de mercado veem a manobra como um sinal de que Musk está disposto a investir qualquer quantia para retomar relevância em IA.
- Juristas destacam o ineditismo de bilionários revelarem estratégias de aquisição durante processos judiciais.
- Especialistas em tecnologia lembram que a concentração de IA em poucas mãos representa riscos de monopólio tecnológico.
ego, bilhões e o futuro da IA
O episódio revela mais do que uma tentativa frustrada de aquisição. Ele mostra como a corrida pela inteligência artificial se tornou um campo de batalha onde egos pessoais, ambições corporativas e bilhões de dólares se entrelaçam.
Seja qual for o desfecho judicial em 2026, uma coisa é certa: a luta entre Musk, Zuckerberg e a OpenAI será lembrada como um capítulo decisivo na história da tecnologia.